Tinha vontade de conhecer Zé Limeira, o poeta do absurdo, nada de achar o livro fora de catálogo, um amigo chegou a me dar um de presente de aniversário um livro do Patativa. Demorou até achar um sebo de Recife. Hoje com a internet esmaeceram as dificuldades, mas... Eis a razão de mais este blog. A disponibilização de livros, em especial da historiografia do alto sertão paraibano e mais ainda da microrregião de Cajazeiras. Espero colaborações, enviar pelo e-mail claudiomar.rolim@uol.com.br
segunda-feira, 19 de dezembro de 2016
quinta-feira, 20 de outubro de 2016
sábado, 1 de outubro de 2016
"A Vagabunda" (Gabrielle S. Colette)
Pequenos excertos da obra
"A Vagabunda",
de Gabrielle S. Colette:
“Habituamo-nos à não comer, a ter dor de dentes ou de estômago, habitua-mo-nos mesmo à ausência de um ente amado, porém ciú-me não é hábito que se adquira.”
“(…) tão somente através da dor, pode uma mulher ultrapas sar a sua mediocri dade, descobrir que é resistente, que tem forças infinitas das quais pode usar e a-busar sem temer a morte, se alguma co-vardia física ou alguma esperança reli-giosa a tiverem desviado do suicídio simplificador."
“(…) eis qual foi, logo em seguida, o meu fado, acresci-do, porém, de uma desconfiança selva-gem, de uma aver-são pelo meio em que vivera, de um estúpido medo do homem, dos homens e das mulheres também… Possuía-me uma necessidade doentia de ignorar o que se passava à minha volta, de não ter a meu lado senão esses seres rudimentares, quase impensantes… E esta extravagância ainda, que logo se arraigou em mim, de só me sentir isolada e protegida dos meus semelhantes quando em cena – barreira de fogo que me defende contra todos…”
"A Vagabunda",
de Gabrielle S. Colette:
“(…) tão somente através da dor, pode uma mulher ultrapas sar a sua mediocri dade, descobrir que é resistente, que tem forças infinitas das quais pode usar e a-busar sem temer a morte, se alguma co-vardia física ou alguma esperança reli-giosa a tiverem desviado do suicídio simplificador."
“(…) eis qual foi, logo em seguida, o meu fado, acresci-do, porém, de uma desconfiança selva-gem, de uma aver-são pelo meio em que vivera, de um estúpido medo do homem, dos homens e das mulheres também… Possuía-me uma necessidade doentia de ignorar o que se passava à minha volta, de não ter a meu lado senão esses seres rudimentares, quase impensantes… E esta extravagância ainda, que logo se arraigou em mim, de só me sentir isolada e protegida dos meus semelhantes quando em cena – barreira de fogo que me defende contra todos…”
segunda-feira, 26 de setembro de 2016
Nosso homem em Havana, Graham Greene
"Homens sensatos velhos
Amigo da família, nos cercam
Dizem que a Terra é redonda...
Minha loucura ofendem.
As laranjas têm sementes, dizem,
E as maçãs cascas.
Digo que noite é dia
E que não tenho machado para afiar
Por favor não acreditem..."
Quem teve a feli-cidade de ter lido o livro "Nosso homem em Havana", romance do escritor inglês Graham Greene publicado em 1958, emociona-se com a letra com esta música cantada no dia em que Jim Wormold conhece Beatrice Serven.
O livro conta a história de Jim Wormold, um inglês que vive em Havana, trabalhando como vendedor de aspiradores de pó. A esposa que fugira com outro homem para Miami, e ele com sérios problemas financeiros para criar a filha, uma bela jovem de dezessete anos, constantemente cortejada pelo capitão de polícia local, famoso pelas torturas que inflige aos rebeldes liderados por Fidel Castro.
Wormold é recrutado pelo serviço secreto britânico e, vendo aí uma fonte de renda capaz de solucionar seus problemas, passa a inventar situações e pessoas como desculpa para solicitar cada vez mais dinheiro ao governo britânico. Estranhamente, porém, as mentiras começam a se tornar realidade, e o que antes não passava de invenção começa a se concretizar.
Uma boa sugestão de leitura!
Amigo da família, nos cercam
Dizem que a Terra é redonda...
Minha loucura ofendem.
As laranjas têm sementes, dizem,
E as maçãs cascas.
Digo que noite é dia
E que não tenho machado para afiar
Por favor não acreditem..."
Quem teve a feli-cidade de ter lido o livro "Nosso homem em Havana", romance do escritor inglês Graham Greene publicado em 1958, emociona-se com a letra com esta música cantada no dia em que Jim Wormold conhece Beatrice Serven.
O livro conta a história de Jim Wormold, um inglês que vive em Havana, trabalhando como vendedor de aspiradores de pó. A esposa que fugira com outro homem para Miami, e ele com sérios problemas financeiros para criar a filha, uma bela jovem de dezessete anos, constantemente cortejada pelo capitão de polícia local, famoso pelas torturas que inflige aos rebeldes liderados por Fidel Castro.
Wormold é recrutado pelo serviço secreto britânico e, vendo aí uma fonte de renda capaz de solucionar seus problemas, passa a inventar situações e pessoas como desculpa para solicitar cada vez mais dinheiro ao governo britânico. Estranhamente, porém, as mentiras começam a se tornar realidade, e o que antes não passava de invenção começa a se concretizar.
Uma boa sugestão de leitura!
domingo, 4 de setembro de 2016
O retrato de Dorian Gray e o mito de fausto
A narrativa é construida através do conflito gerado pela personagem de Basil Hallward (artista inglês reconhecido), que atinge o que ambiciona todo artista, a criação da sua obra perfeita: o retrato da personagem Dorian Gray.
A personagem de Dorian Gray, ao ser retratada descobre a fragilidade da sua beleza diante do tempo (por meio da imortalidade da arte), e tenta ir contra a este fato.
Outra personagem em destaque no livro é a de Lorde Henry Wotton, que vê na beleza pura de Dorian Gray a perfeição de uma alma que deveria ser corrompida, unindo o belo ao cruel. Henry Wotton é o mentor intelectual da desintegração da personagem Dorian Gray.
O foco central da narrativa é o retrato pintado, pois através dele as personagens conquistam aquilo que desejam.
O livro "O Retrato de Dorian Gray" foi o único romance escrito por Oscar Wilde (escritor irlandês).
O romance visa criticar os costumes presentes na Inglaterra Vitoriana, que insistia em conservar uma tradição hipócrita e não aceitava as mudanças socioculturais trazidas por um novo tempo.
A obra, classificada como um romance gótico, é o ícone do decadentismo inglês por abordar de maneira irônica a visão do homem e de sua ambição para alcançar a juventude eterna e a perfeição (por meio da beleza estética).
No livro os diálogos têm maior importância que a própria narrativa, pois a ironia e as criticas à sociedade são trabalhadas nos diálogos entre as personagens. O narrador do romance é observador e apenas situa o leitor no tempo e espaço da narrativa.
Além de criticar o decadentismo inglês, a narrativa está estruturada sobre uma referência intertextual clara ao mito de Fausto, retratado pelo grande autor alemão Göethe.
Os críticos e a sociedade da época consideraram o livro "O Retrato de Dorian Gray" amoral, entretanto o romance é hoje um dos maiores marcos da literatura universal.
O retrato em questão está, obviamente, mais ligado à personagem principal (personagem que dá o título ao livro), a qual oferece sua alma ao Diabo (mito de Fausto) para trocar de posição com o retrato. O pedido é atendido pelo Diabo que faz com que o retrato envelheça no lugar da personagem. O retrato acaba tomando para si as marcas dos registros de toda a obra de vida de Dorian Gray.
O tempo passa e o fútil Dorian Gray não envelhece, permanece belo como um adolescente, conservando uma face pura e angelical. Entretanto por trás do rosto imperturbável pelo tempo, há uma alma cruel, amoral e assassina, refletida em um quadro, que envelhece e altera a sua face a cada comportamento amoral de seu dono.
A personagem de Dorian Gray, ao ser retratada descobre a fragilidade da sua beleza diante do tempo (por meio da imortalidade da arte), e tenta ir contra a este fato.
Outra personagem em destaque no livro é a de Lorde Henry Wotton, que vê na beleza pura de Dorian Gray a perfeição de uma alma que deveria ser corrompida, unindo o belo ao cruel. Henry Wotton é o mentor intelectual da desintegração da personagem Dorian Gray.
O livro "O Retrato de Dorian Gray" foi o único romance escrito por Oscar Wilde (escritor irlandês).
O romance visa criticar os costumes presentes na Inglaterra Vitoriana, que insistia em conservar uma tradição hipócrita e não aceitava as mudanças socioculturais trazidas por um novo tempo.
A obra, classificada como um romance gótico, é o ícone do decadentismo inglês por abordar de maneira irônica a visão do homem e de sua ambição para alcançar a juventude eterna e a perfeição (por meio da beleza estética).
No livro os diálogos têm maior importância que a própria narrativa, pois a ironia e as criticas à sociedade são trabalhadas nos diálogos entre as personagens. O narrador do romance é observador e apenas situa o leitor no tempo e espaço da narrativa.
Além de criticar o decadentismo inglês, a narrativa está estruturada sobre uma referência intertextual clara ao mito de Fausto, retratado pelo grande autor alemão Göethe.
Os críticos e a sociedade da época consideraram o livro "O Retrato de Dorian Gray" amoral, entretanto o romance é hoje um dos maiores marcos da literatura universal.
O retrato em questão está, obviamente, mais ligado à personagem principal (personagem que dá o título ao livro), a qual oferece sua alma ao Diabo (mito de Fausto) para trocar de posição com o retrato. O pedido é atendido pelo Diabo que faz com que o retrato envelheça no lugar da personagem. O retrato acaba tomando para si as marcas dos registros de toda a obra de vida de Dorian Gray.
O tempo passa e o fútil Dorian Gray não envelhece, permanece belo como um adolescente, conservando uma face pura e angelical. Entretanto por trás do rosto imperturbável pelo tempo, há uma alma cruel, amoral e assassina, refletida em um quadro, que envelhece e altera a sua face a cada comportamento amoral de seu dono.
quinta-feira, 1 de setembro de 2016
Veja, senhor, aquelas estrelas...
como é que a
gente se sente?
Nós, homens,
inventamos o telégrafo
e o telefone e tantas
outras aquisições
da era moderna,
sim, isto fizemos.
Mas quando olhamos para cima
e compreender que, no fundo,
somos uns vermes, vermes miseráveis e nada mais. Respondeu a si mesmo
e acenou com a cabeça, humilde e abatido
para o firmamento."
Tonio Kroger. Thomas Mann. 1ª Edição, 1971
terça-feira, 30 de agosto de 2016
Ditadura militar: general Mourão Filho tenta assaltar a Petrobrás, mas é desarmado por um civil desarmado!
O jornalista Elio Gaspari examina na sua obra "Ditadura Envergonhada" narra que nos primeiros dia do golpe militar, o general Olympio Mourão Filho, o detonador da quartelada militar, queria ser bem aquinhoado na di-visão do "espólio" do poder no novo regime e foi tomar satisfações com o novo ministro Costa e Silva que, habilmente, o driblou com um papo fiado e o sugeriu que as-sumisse a presidência da rica Petrobrás em nome do comando revolucionário e Mourão engoliu a isca.
Espalhafatoso e sequioso de uma rentável prebenda, o general Olympio Mourão Filho rumou para a sede da Petrobrás, fardado e com uma escolta. Nesta segunda investida em busca de poder, mais uma vez mais dava om os burros n'água. Desta feita foi driblado por um tal, Dr. Belo, secretário-geral da empresa, que engenhosamente refutou o assalto. Paciente explicou ao general, que por mais que o ministro Costa e Silva desejasse vê-lo no comando da Petrobrás, só um ato do presidente da República poderia investi-lo na função e ainda era indispensável "um recibo de caução de ações da empresa, visto que só um acionista poderia exercer a sua presidência". Mourão lembrou o Dr. Belo que estava ali em nome da Revolução. Matreiro, o humilde Dr. Belo convenceu o general que eram documentos fáceis de serem providenciados.Dançou! Acordou quando o Marechal Ademar de Queirós, com os papéis em ordem, assumira a presidência da Petrobrás.
O
veterano petroleiro explicou ao general que por mais que o ministro Costa e
Silva desejasse vê-lo no comando da Petrobrás, só um ato do presidente da
República poderia investi-lo na função. Feito isso, precisaria trazer uma
carteira de identidade (provando que era brasileiro nato) e um recibo de caução
de ações da empresa, visto que só um acionista poderia exercer a sua
presidência. Mourão explicou que estava ali em nome da Revolução. O Dr. Belo
concordou, insistindo em que os documentos eram indispensáveis, por
de-terminação do estatuto da Petrobrás. Ademais, eram documentos fáceis de ser
providenciados. Coisa de um dia, no máximo. O general aceitou a ponderação do
veterano burocrata, deu uma entrevista anunciando seu programa de ação na
empresa e voltou para Juiz de Fora.
Quando se deu conta, o marechal Ademar de Queiroz, com os papéis em
ordem, assumira a presidência da Petrobrás.
No
dia 11 de abril, depois de um conciliábulo de governadores e generais destinado
a evitar a coroação de Costa e Silva, o ge-neral Humberto de Alencar Cas tello
Branco foi eleito presidente da República pelo Congresso Nacional, como mandava
a Cons tituição. Prometeu “entregar, ao iniciar-se o ano de 1966, ao meu
sucessor legitimamente eleito pelo povo em eleições livres, uma nação coesa”.
Em 1967 entregou uma nação dividida a um sucessor eleito por 295 pessoas.
FONTE: esta obra trata-se do primeiro livro da cole-ção e primeiro volume da série As Ilusões Armadas.
O
veterano petroleiro explicou ao general que por mais que o ministro Costa e
Silva desejasse vê-lo no comando da Petrobrás, só um ato do presidente da
República poderia investi-lo na função. Feito isso, precisaria trazer uma
carteira de identidade (provando que era brasileiro nato) e um recibo de caução
de ações da empresa, visto que só um acionista poderia exercer a sua
presidência. Mourão explicou que estava ali em nome da Revolução. O Dr. Belo
concordou, insistindo em que os documentos eram indispensáveis, por
de-terminação do estatuto da Petrobrás. Ademais, eram documentos fáceis de ser
providenciados. Coisa de um dia, no máximo. O general aceitou a ponderação do
veterano burocrata, deu uma entrevista anunciando seu programa de ação na
empresa e voltou para Juiz de Fora.
Quando se deu conta, o marechal Ademar de Queiroz, com os papéis em
ordem, assumira a presidência da Petrobrás.
No
dia 11 de abril, depois de um conciliábulo de governadores e generais destinado
a evitar a coroação de Costa e Silva, o ge-neral Humberto de Alencar Cas tello
Branco foi eleito presidente da República pelo Congresso Nacional, como mandava
a Cons tituição. Prometeu “entregar, ao iniciar-se o ano de 1966, ao meu
sucessor legitimamente eleito pelo povo em eleições livres, uma nação coesa”.
Em 1967 entregou uma nação dividida a um sucessor eleito por 295 pessoas.
FONTE: esta obra trata-se do primeiro livro da cole-ção e primeiro volume da série As Ilusões Armadas.
O racismo de Chatô :missa rezada por padre preto traz uma urucubaca sem tamanho.
Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, mais conhecido por Chatô fez histórias pelos empreendimentos e pelas suas idiossincrasias que o tornaram um sujeito excêntrico e voluntarioso pelo o seu poder pessoal. Fernando Morais no seu clássico " Chatô: O Rei do Brasil" mostra várias passagens de sua vida atribulada narra em abundância este lado da per-sonalidade do seu herói.
Era o tempo em que o execrável racismo era aceito pela sociedade e atitudes como esta que narra o trecho abaixo ilustra bem o preconceito social exacerbado
Vamos ao texto cômico, piada sem lugar nos dias de hoje.
"Ainda em 1938 ele organizou raid de aparelhos do Rio até a cidade de Campos, no interior do estado. Com vários repórteres cobrindo os preparativos, en-trevistando pilotos, e mais uma equipe recebendo a esquadrilha na cidade fluminense, a viagem renderia páginas e páginas nos jornais e revistas Associados. O sucesso da iniciativa o animaria a repeti-la mais duas vezes, e sempre com um número cada vez maior aviões envolvidos: na segunda, viajaram até a usina de açúcar Tamoio, na cidade paulista de Araraquara, e na terceira foi-se ainda mais longe, a Guatapará, também no interior paulista. Assim como havia repórteres es-pecializados em economia, em política, em esportes, os Associados passa-ram a ter um seto rista de aviação, escolhido pesso-almente pelo do-no: o jovem cea-rense Edmar Mo-rel, que ganhara fama meses antes com uma série de reportagens na Amazônia sobre o coronel inglês Percy Fawcett, desaparecido misteriosamente quando investi-gava a existência da tal civilização branca que a selva brasileira esconderia assunto que havia sido levantado em 1924 por O Jornal."
"A aventura se-guinte seria mais arriscada: Chatô planejava organi-zar uma expedi-ção aérea de nada menos que ses-senta aviões do Rio e Porto Seguro, na Bahia, para ali festejarem o aniversário do descobrimento do Brasil. Estaria tudo muito bem se não fosse por um problema: Porto Seguro não tinha aeroporto. Acionado pelo jornalista, Getúlio entusiasmou-se com a viagem, e sessenta dias depois o aeroporto pronto. Com uma escala para reabastecimento em Vitória e outra em Caravelas, no litoral baiano, os aviões por fim desceram em Porto Seguro. A modesta prefeitura local teve de mandar fazer às pressas trinta privadas públicas e arranjar 140 camas com o Exército para acomodar os pilotos, radiotelegrafistas e os mecânicos. Logo que os aparelhos pousaram, o vigário da cidade, um negro anunciou que havia preparado uma surpresa para Chateaubriand e os mais de cem pilotos e acompa-nhantes que tinham feito parte do raid: iria oficiar uma missa no mesmo local em que frei Hen-rique de Coimbra havia rezado a primeira missa Brasileira, em maio de 1500. Ao ouvir aquilo, Chateaubriand chamou, Edmar Morel a um canto:
- Seu Morel, de-mita esse preto da mi-nha festa. Um preto rezar a nossa missa? De modo algum! Dê um jeito de chamar com urgência o bispo de Ilhéus, que é ariano. Em missa de branco eu atuo até como co-roinha, Seu Morel, mas missa rezada por padre preto vai nos trazer uma urucubaca sem tamanho."
Vamos ao texto cômico, piada sem lugar nos dias de hoje.
"Ainda em 1938 ele organizou raid de aparelhos do Rio até a cidade de Campos, no interior do estado. Com vários repórteres cobrindo os preparativos, en-trevistando pilotos, e mais uma equipe recebendo a esquadrilha na cidade fluminense, a viagem renderia páginas e páginas nos jornais e revistas Associados. O sucesso da iniciativa o animaria a repeti-la mais duas vezes, e sempre com um número cada vez maior aviões envolvidos: na segunda, viajaram até a usina de açúcar Tamoio, na cidade paulista de Araraquara, e na terceira foi-se ainda mais longe, a Guatapará, também no interior paulista. Assim como havia repórteres es-pecializados em economia, em política, em esportes, os Associados passa-ram a ter um seto rista de aviação, escolhido pesso-almente pelo do-no: o jovem cea-rense Edmar Mo-rel, que ganhara fama meses antes com uma série de reportagens na Amazônia sobre o coronel inglês Percy Fawcett, desaparecido misteriosamente quando investi-gava a existência da tal civilização branca que a selva brasileira esconderia assunto que havia sido levantado em 1924 por O Jornal."
"A aventura se-guinte seria mais arriscada: Chatô planejava organi-zar uma expedi-ção aérea de nada menos que ses-senta aviões do Rio e Porto Seguro, na Bahia, para ali festejarem o aniversário do descobrimento do Brasil. Estaria tudo muito bem se não fosse por um problema: Porto Seguro não tinha aeroporto. Acionado pelo jornalista, Getúlio entusiasmou-se com a viagem, e sessenta dias depois o aeroporto pronto. Com uma escala para reabastecimento em Vitória e outra em Caravelas, no litoral baiano, os aviões por fim desceram em Porto Seguro. A modesta prefeitura local teve de mandar fazer às pressas trinta privadas públicas e arranjar 140 camas com o Exército para acomodar os pilotos, radiotelegrafistas e os mecânicos. Logo que os aparelhos pousaram, o vigário da cidade, um negro anunciou que havia preparado uma surpresa para Chateaubriand e os mais de cem pilotos e acompa-nhantes que tinham feito parte do raid: iria oficiar uma missa no mesmo local em que frei Hen-rique de Coimbra havia rezado a primeira missa Brasileira, em maio de 1500. Ao ouvir aquilo, Chateaubriand chamou, Edmar Morel a um canto:
- Seu Morel, de-mita esse preto da mi-nha festa. Um preto rezar a nossa missa? De modo algum! Dê um jeito de chamar com urgência o bispo de Ilhéus, que é ariano. Em missa de branco eu atuo até como co-roinha, Seu Morel, mas missa rezada por padre preto vai nos trazer uma urucubaca sem tamanho."
domingo, 28 de agosto de 2016
Recuo na história: o lançamento do “O Cronista do Boato" – Causos de Valiomar Rolim”
Foi uma festa. Uma festa do resgate. Uma festa da memória, in memoriam. Uma festa do reencontro. Uma festa para celebrar os “causos de Valiomar Rolim”, que desta vez não era boato, mas uma festa de verdade. A sua família, tendo a frente a sua irmã Vilmar Rolim fez o que Valiomar, já teria feito se vivo estivesse: reunir suas crônicas, muitas já publicadas em jornais da Paraíba e transforma-las num “delicioso” livro: “O Cronista do Boato – Causos de Valiomar Rolim”, editado pela Moura Ramos, da cidade de João Pessoa.
O lançamento do livro foi realizado na sede do Rotary Clube de Cajazeiras, na Avenida Comandante Vital Rolim e contou com a presença de amigos de Valiomar, muitos de outras cidades, inclusive do Recife, Rio de Janeiro e João Pessoa. Foi uma festa do reencontro dos amigos comuns de Valiomar.
Valiomar em seus “boatos” fez estória e história da terra que lhe serviu de berço. Cajazeiras era o centro de suas atenções, o seu universo, a sua guarida, o seu porto seguro e onde seu coração palpitava acima do normal.
A narrativa de suas crônicas retrata o cotidiano da cidade, esbugalha os personagens mais simples, mais humildes e nelas esconde o riso até o momento final da leitura de cada “boato” que tornava uma realidade no sabor de suas palavras escritas.
Toinha 99, João de Manezim, o guarda Tibúrcio, Zé de Sousa, Zé das Chaves, o não menos famoso Zecão, Neco de Luiz Pezinho, Dedé Bundão e tantos outros cajazeirenses foram brilhantemente lembrados através dos “boatos” de Valiomar. Estes ilustres personagens não poderiam ficar no anonimato, sem um registro histórico nas estórias de Valiomar. Que contribuição valiosa deu Valiomar à História do Cotidiano de nossa urbe.
Rir, rir e rir. Esta é uma constante nos escritos de Valiomar, nos seus causos vivenciados nas paisagens que ficaram marcadas profundamente em sua memória. Não esqueceu os grandiosos e exuberantes cenários de sua cidade, quando de forma carinhosa e telúrica vai fazendo narrativas e enquadrando os seus personagens em cada um deles: o Açude Grande(por que este açude que não é grande tem uma magia tão grande sobre todo filho de Cajazeiras?), o Tênis Clube, o Clube 1º de Maio, o sesquicentenário Colégio Diocesano, o Sitio Olho Dágua do Melão, a Praça Presidente João Pessoa, o Bar Centenário, a Rua Victor Jurema e outros logradouros da cidade.
Mas Valiomar também introduz nos seus causos figuras importantes da cidade, a exemplo do Bispo Zacarias, do Mons. Vicente Freitas, Dr. Waldemar Pires, Ica Pires, seu tio Chico Rolim, Epitácio Leite, todos envolvidos como personagens de suas envolventes crônicas.
Valiomar não deixou de lado sequer os membros da sua família, motivo de suas telúricas e fraternas narrativas quando suas palavras, em verdadeiros turbilhões, pincelam com amor e carinho, os momentos mais descontraídos vividos no seio da família.
Valiomar se sobressai quando envolve os seus contemporâneos de escolas, de agremiações e de trabalho: Ferreirinha, Luluzinha, Boinho, Neto Xavier, Hora Certa, Galego Capita, Roosevelt Leitão, Mosquito, Dienner, Zélio Furtado, Gutemberg Cardoso, Nonato Guedes, Luis Alves, Lena Guimarães e mais uma dezena de grandes e fraternos amigos, enquanto moleque, estudante e médico conquistou de coração e simpatia.
A narrativa de suas crônicas retrata o cotidiano da cidade, esbugalha os personagens mais simples, mais humildes e nelas esconde o riso até o momento final da leitura de cada “boato” que tornava uma realidade no sabor de suas palavras escritas.
Toinha 99, João de Manezim, o guarda Tibúrcio, Zé de Sousa, Zé das Chaves, o não menos famoso Zecão, Neco de Luiz Pezinho, Dedé Bundão e tantos outros cajazeirenses foram brilhantemente lembrados através dos “boatos” de Valiomar. Estes ilustres personagens não poderiam ficar no anonimato, sem um registro histórico nas estórias de Valiomar. Que contribuição valiosa deu Valiomar à História do Cotidiano de nossa urbe.
Rir, rir e rir. Esta é uma constante nos escritos de Valiomar, nos seus causos vivenciados nas paisagens que ficaram marcadas profundamente em sua memória. Não esqueceu os grandiosos e exuberantes cenários de sua cidade, quando de forma carinhosa e telúrica vai fazendo narrativas e enquadrando os seus personagens em cada um deles: o Açude Grande(por que este açude que não é grande tem uma magia tão grande sobre todo filho de Cajazeiras?), o Tênis Clube, o Clube 1º de Maio, o sesquicentenário Colégio Diocesano, o Sitio Olho Dágua do Melão, a Praça Presidente João Pessoa, o Bar Centenário, a Rua Victor Jurema e outros logradouros da cidade.
Mas Valiomar também introduz nos seus causos figuras importantes da cidade, a exemplo do Bispo Zacarias, do Mons. Vicente Freitas, Dr. Waldemar Pires, Ica Pires, seu tio Chico Rolim, Epitácio Leite, todos envolvidos como personagens de suas envolventes crônicas.
Valiomar não deixou de lado sequer os membros da sua família, motivo de suas telúricas e fraternas narrativas quando suas palavras, em verdadeiros turbilhões, pincelam com amor e carinho, os momentos mais descontraídos vividos no seio da família.
Valiomar se sobressai quando envolve os seus contemporâneos de escolas, de agremiações e de trabalho: Ferreirinha, Luluzinha, Boinho, Neto Xavier, Hora Certa, Galego Capita, Roosevelt Leitão, Mosquito, Dienner, Zélio Furtado, Gutemberg Cardoso, Nonato Guedes, Luis Alves, Lena Guimarães e mais uma dezena de grandes e fraternos amigos, enquanto moleque, estudante e médico conquistou de coração e simpatia.
sábado, 27 de agosto de 2016
Definir é limitar!
O Retrato de Dorian Gray cravou com fortes grilhões o seu lugar no Olimpo da literatura universal.
Uma obra em que Oscar Wilde nos oferta, além do um enredo magnânino, diálogos interes-santíssimos principalmente entre o personagem Lord Henry Wotton e Dorian Gray.
De antemão confesso a dificuldade de quais selecionar, mas dentro do possível postarei a minha vasta seleção.
Uma obra em que Oscar Wilde nos oferta, além do um enredo magnânino, diálogos interes-santíssimos principalmente entre o personagem Lord Henry Wotton e Dorian Gray.
De antemão confesso a dificuldade de quais selecionar, mas dentro do possível postarei a minha vasta seleção.
quinta-feira, 25 de agosto de 2016
O que um romance precisa?
quarta-feira, 10 de agosto de 2016
Neutralizando os inimigos – Parte 5: “EU tenho Razão”
“A verdade não está nem viva nem morta: ela se esforça para sobreviver.”
(Provérbio em iídiche)
(Provérbio em iídiche)
Quando estamos no mundo da rixa, temos a ilusão de estarmos certo, absolutamente certos, é onde vigora o “Eu tenho razão” ou melhor “EU tenho A Razão”, como se outro também não tivesse no mínimo a razão de se defender… E falmos com todos a nossa volta, procurando aprovação para nossas queixas e queixumes, em suma pedindo atenção as nossas dores e por conseguinte aos nossos rancores… Mas nos esquecemos de uma coisa:
“Ele joga pedras e depois diz: “É o destino”.
(Provérbio Árabe)
É justamente porque somos diferentes que podemos dialogar. Precisamos saber as coisas e as pessoas também, inclusive nós mesmos. Porque nós somos a medida de nossos olhos… O outro que nos faz uma ação contrária a quem chamamos de inimigo é o nosso contrapeso. Os inimigos nos servem como limitantes, e muitas vezes bom limitantes, pois nos permitem enxergar de forma mais clara nos fraquezas e testar-nos quanto a elas, bem como também nos ajudam a descobrir o nosso verdadeiro potencial. Porque só se sabe se está pronto para algo quando se faz algo.
Por isso que inimigos também são anjos, as qualidades deles podem nos assombrar quando não estamos preparados para lidar no bem que reside em cada um, até naqueles que nos são contrários. Então saber reconhecer as qualidades do nosso oponente, suas virtudes e também saber ver quando o nosso oponente tem sim toda razão para estar naquela posição é saber enxergar. É deixar de ser criança para ser adulto. É sair do eu para a dimensão do outro e assim poder chegar a dimensão do nosso.
Só que se enxergar pode ser perigoso também, porque quando olhamos para nós dificilmente olhos com um olhar imparcial, ou nos consideramos bons demais ou ruins demais, é difícil ver o meio termo quando olhamos para dentro de nós mesmo. Criando fantasias que quando postas em prática, bem parecem mel a boca e areia ao estômago… Por isso que os inimigo são importantes, porque ao se oporem a nós eles nos ajudam a calibrar o nosso ser, a nossa percepção inclusive de nós mesmos e por muitas das vezes acabam por evitar que o mel a boca se torne areia no estômago.
Só quando temos um nível satisfatório de auto-estima é que podemos abrir espaço para o outro e compartilhar com prazer, ou seja, só quem realmente se gosta, se ama pode compartilhar com prazer a alegria do outro sem que o seu semblante caia.
Quando compartilhamos com prazer, é porque estamos satisfeitos com o que nos cabe e podemos dizer como o Rei Davi : “O cordel mediu para mim um lugar delicioso; sim minha herança é mais bela. (…) Por isso o meu coração se alegra, minhas entranhas exultam e minha carne repousa em segurança” (Salmo 13: 6 e 9)
Isso significa estar satisfeito com que se tem e também satisfeito consigo mesmo, quando adentramos nesse estado podemos “desinvejar” o outro, ou seja, ter um bom olhado.
Chegamos a este estado quando aprendermos a simplesmente sermos bons e não bonzinhos, como ilustra a história abaixo:
A esposa de Rabi Itschak (o Iehud) era bastante geniosa e frequentemente discutia com ele. O Iehud jamais respondia as suas provocações, com uma palavra que fosse. certa vez, no entanto, sua esposa o molestou mais que habitualmente e ele respondeu com algumas palavras. O Rabi Bunam perguntou-lhe: ‘Por que abandonou seu antigo costume de não responder?’
‘Porque percebi que o que mais perturbava minha mulher era o fato de eu não me importar com suas reclamações’, contestou o Iehud. ‘Estas palavras com que reagi a ela representam na verdade, um ato de muito carinho.’ “
(Bonder, In A Cabala da Inveja)
Precisamos saber dizer não, impor limites a nós mesmo e aos que nos cercam e isso é fundamental para dissipar certos resíduos de invejam que existem e que são difíceis de se neutralizar. Vou falar de uma experiência pessoal minha, talvez isso torne ainda mais claro o que eu quero dizer:
Tive amizade por uma pessoa por 13 anos, ao longo desse tempo tive uma enorme paciência em escutar toda sorte de lamúrias contra a vida e contra os outros. Em suma, estava diante de uma vítima dos destino, mas apesar da lista de queixas aumentarem de forma exponencial a cada ano eu as ouvia passivamente e depois tentava ponderar com essa pessoa. Afinal de contas apesar de tudo era uma “boa” amiga e não me custava nada tentar conforta-la.
Até que a um tempo atrás ela me perturbou para sairmos pois ela havia cismado com um cara que não queria nada com ela e embora ela soubesse disso, insistia… Naquele dia ninguém quis ir com ela e eu fiquei com pena e aceitei desde que não fosse direto no cara (coisa que ela acabou fazendo), mas o pior nem foi isso.
Naquela noite eu fiquei boquiaberta com ela, estavamos sentadas à mesa na Churrasqueira, um bar aqui de JF, quando ela fez o seguinte pedido ao garçom:
-”Traga uma batata recheada com catupiry, mas com bastante a mais calórica que você tiver.”
Eu pedi apenas um drink, por não estava com fome. E assim foi feito…
Quando a batata chegou a mesa essa pessoa virou-se para mim e disse:
-” Esta batata é para você comer, porque é extremamente injusto comigo que você esteja magra enquanto eu fico cada vez mais gorda!”
Eu quase cai da cadeira quando ouvi isso (até porque ela procura por se fazer engordar, não malha e come tudo quanto é besteira e em grande quantidade) e me lembrei de tudo que eu ouvira nesses 13 anos de amizade, de toda atenção que lhe dei, de ter gastado uma dose inimaginável de paciência com os caprichos dela, porque é capricorniana feito eu, e os capricornianos são cheios de caprichos e de “não me toques”. Em suma, eu nunca havia me oposto diretamente a ela, então ela não percebeu o limite das coisas e virou na minha direção, passado isso… Bem, tive uma torção no tornozelo dormindo, uma lesão na coxa e por ultimo um problema de coluna estúpido, derivado de uma lesão noombro, e o detalhe é que todas as lesões que tive foi fora da hora de malhação… Lesão essa, que me tirou parcialmente o movimento do braço esquerdo, tive que tomar remédios, fazer fisioterapia, ficar mais de um ano de molho, engordar e ela nesse tempo veio visitar direto e pensava que escondia a felicidade em me ver engordar e se sentia assim mais, como direi, como se o universo tivesse em fim feito justiça a ela. Foi aí que eu percebi o quanto é importante não sermos bonzinhos sempre e varri com ela da minha vida, sem alarde mas fui varrendo ela aos poucos, com isso a minha vida ficou mais leve e tudo agora flui com mais facilidade, bem como voltei a emagrecer e to voltando ao meu peso normal de novo. Pode parecer piada, mas isso é algo bem real.
Outra peróla de inveja que eu ouvi foi da minha fisioterapeuta, que é uma mulher bonita, tem um filho bacana, um namorado bacana, é realizada profissionalmente:
- “Nosso o seu cabelo é lindo, morro de inveja dele, queria o meu fosse assim! Porque Deus não foi justo comigo me dando um cabelo como o meu…”
E eu já escolada, na mesma hora respondi:
-”É verdade! Você tem toda razão! Porque realmente é absurdo Ele me dar um lindo cabelo e lhe dar um belo abdomem, então façamos assim eu troco com você de cabelo e você troca comigo de abdomem. Eu também acho tudo isso extremamente injusto!”
Claro que ela percebeu o absurdo que tinha falado e ruborizando se calou na mesma hora
Por isso precisamos não sermos bonzinhos, mas também precisamos aprender a conviver com a má-vontade alheia e saber que muitas das vezes o próximo somos nós também e que existe um limite entre amar o outro e amar nós mesmos, por mais paradoxal que isso pareça. Isso significa saber auferir os custos de um conflito, porque tem vezes que um conflito vale mais a pena do que uma paz mal arranjada.
terça-feira, 9 de agosto de 2016
O Crime da Rua da Cruz, li e recomendo!
Livro: O crime da Rua da Cruz Editor: Imprell Gráfica e Editora, 2013, 118p. |
O Crime da Rua
da Cruz?
O que poderia um crime acontecido em 1883 interes-sa os leitores de hoje, até porque narra o julgamento de criminosa anônima na cidade de Pombal? Não me questionei, todos as obras relacionadas como o alto sertão paraibano é alvo da minha curiosidade.
O que poderia um crime acontecido em 1883 interes-sa os leitores de hoje, até porque narra o julgamento de criminosa anônima na cidade de Pombal? Não me questionei, todos as obras relacionadas como o alto sertão paraibano é alvo da minha curiosidade.
Ledo engano,
senhores leitores! A obra chama para uma reflexão e uma constatação. Esta é ver
como é rica a nossa história paraibana. Aquela nos faz meditar o quão é daninho
a hipocrisia cristã que dominava, e ainda domina, a nossa sociedade. Uma mulher iria trai o seu
"amado" com iria se casar e para não perdê-lo e nem ficar mercê das
chacotas da sociedade, resolve matar o filho que acabara de nascer!
Que forças tão
poderosas moveu esta mulher a cometer um infanticídio com o seu próprio filho? Mas
vou ficando por aqui, intimando os interessados a entrar em contato com o autor
Jerdivan Nóbrega pelo Facebook, o preço é franciscano apenas 10 reais.
quinta-feira, 4 de agosto de 2016
O narcisismo do hedonista Dorian Gray Que tristeza ! Eu envelhecerei, ficarei horrível...
Dorian Gray, um jovem narcisista, amante das artes e entregue aos prazeres humanos quer transformar sua vida em arte, a experiência de vida como experiência estética e, ao tentar exilar-se de sua culpa, esconde-se na superfície pintada, porém não consegue libertar sua mente da consciência.
É a história de corrupção moral por meio de esteticismo. Neste romance Wilde desafia a teoria de que o caráter de uma pessoa pode ser deter-minada por aquilo que está no exterior.
Lord Henry Wotton, um aristocrata cínico e hedonista típico da época e grande amigo de Basil, conhece Dorian e o seduz para sua visão de mundo, onde o único propósito que vale a pena ser perseguido é o da beleza e do prazer:
"o senhor dispõe só de alguns anos para viver deveras, perfeitamente, plenamente. Quando a mocidade passar, a sua beleza ir-se-á com ela; então o senhor descobrirá que já não o aguardam triunfos, ou que só lhe restam as vitórias medíocres que a recordação do passado tornará mais amargas que destroçadas".
Ao ouvir estas palavras, Dorian Gray observa a obra pronta e, constata tristemente, que aquele retrato manterá aquela beleza juvenil para sempre ao passo que ele envelhecerá e, neste momento, expressa o desejo de ser eternamente jovem,nem que para isso tenha que dar sua alma!
“Que tristeza !
Eu envelhecerei, ficarei horrível... Mas esse quadro sempre se manterá jovem. Nunca será mais velho do que esse dia de Junho … Se fosse o contrário!
Se fosse eu que me mantivesse jovem e o retrato ficasse velho! Por isso, — por isso — Eu daria tudo ! Sim, não há nada no mundo todo que eu não daria por isso”.
É a história de corrupção moral por meio de esteticismo. Neste romance Wilde desafia a teoria de que o caráter de uma pessoa pode ser deter-minada por aquilo que está no exterior.
Lord Henry Wotton, um aristocrata cínico e hedonista típico da época e grande amigo de Basil, conhece Dorian e o seduz para sua visão de mundo, onde o único propósito que vale a pena ser perseguido é o da beleza e do prazer:
"o senhor dispõe só de alguns anos para viver deveras, perfeitamente, plenamente. Quando a mocidade passar, a sua beleza ir-se-á com ela; então o senhor descobrirá que já não o aguardam triunfos, ou que só lhe restam as vitórias medíocres que a recordação do passado tornará mais amargas que destroçadas".
Ao ouvir estas palavras, Dorian Gray observa a obra pronta e, constata tristemente, que aquele retrato manterá aquela beleza juvenil para sempre ao passo que ele envelhecerá e, neste momento, expressa o desejo de ser eternamente jovem,nem que para isso tenha que dar sua alma!
“Que tristeza !
Eu envelhecerei, ficarei horrível... Mas esse quadro sempre se manterá jovem. Nunca será mais velho do que esse dia de Junho … Se fosse o contrário!
Se fosse eu que me mantivesse jovem e o retrato ficasse velho! Por isso, — por isso — Eu daria tudo ! Sim, não há nada no mundo todo que eu não daria por isso”.
Ao ouvir estas palavras, Dorian Gray observa a obra pronta e, constata tristemente, que aquele retrato manterá aquela beleza juvenil para sempre ao passo que ele envelhecerá e, neste momento, expressa o desejo de ser eternamente jovem,nem que para isso tenha que dar sua alma!
“Que tristeza !
Eu envelhecerei, ficarei horrível... Mas esse quadro sempre se manterá jovem. Nunca será mais velho do que esse dia de Junho … Se fosse o contrário!
Se fosse eu que me mantivesse jovem e o retrato ficasse velho! Por isso, — por isso — Eu daria tudo ! Sim, não há nada no mundo todo que eu não daria por isso”.
Eu envelhecerei, ficarei horrível... Mas esse quadro sempre se manterá jovem. Nunca será mais velho do que esse dia de Junho … Se fosse o contrário!
Se fosse eu que me mantivesse jovem e o retrato ficasse velho! Por isso, — por isso — Eu daria tudo ! Sim, não há nada no mundo todo que eu não daria por isso”.
segunda-feira, 1 de agosto de 2016
quinta-feira, 28 de julho de 2016
Uma centopeia atrai a atenção de quem a examina, a despeito da aversão que desperta
Na obra "O morro dos ventos uivantes", de Emily Brontë, clássico da literatura inglesa colonial, há um episódio que a repulsa alia-se insolitamente à curiosidade numa estranha simbiose sentimental.
A personagem central do livro, Heathcliff, assiste a desinteligência, com uma indiferença gla-cial, entre a sua preferida e a outra que in-terpunha desagradavelmente entre eles numa ce-na, que Emily Brontë magistralmente amplia o significado do texto com uma grande expressi- sividade:
"Heathcliff olhou fixamente aquela que era objeto da discussão, como se olharia para um animal estranho e repelente: uma centopeia das Índias, por exemplo, que atrai a atenção de quem a examina, a despeito da aversão que desperta".
A personagem central do livro, Heathcliff, assiste a desinteligência, com uma indiferença gla-cial, entre a sua preferida e a outra que in-terpunha desagradavelmente entre eles numa ce-na, que Emily Brontë magistralmente amplia o significado do texto com uma grande expressi- sividade:
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