domingo, 28 de setembro de 2014

Duelo semântico: Chatô X D. Hélder Câmara

D. Hélder Câmara, arcebispo de Olinda e Recife, visitou Francisco de Assis Chateaubriand, de quem era amigo mas de cujas posições políticas, consideradas "esquerdizantes", sempre discordara publicamente. dias antes do seu falecimento do Chateaubriand e à saída do hospital, d. Hélder falou aos jornalistas em um tom que soava a extrema-unção:
- De Chateaubriand se pode dizer o melhor e o pior. Haverá quem diga horrores pensando nele, mas como não recordar as campanhas memoráveis que ele empreendeu?Dentro do maquiavélico, do chantagista, do cínico, o Pai saberá encontrar a criança, o poeta. Deus saberá julgá-lo.
  Como se estivesse se vingando das palavras do religioso, que nem chegara a ouvir, Chateaubriand publicaria no dia seguinte um artigo curto e duro sobre ele, intitulado "A inquietação do padre":
Vejo o arcebispo de Olinda e Recife como a ovelha da madre Igreja que mais e mais se afasta de seu redil. Não está cumprindo a missão de servo de Deus, ungido pelos princípios da eternidade espiritual de sua fé. Açoitado pelas paixões humanas, precipita-se em fúria, sem pouso, sem paz, num apostolado que seria o da Nova Igreja do Nordeste. D. Hélder se faz, sem ter a mesma envergadura de pensamento, um Carlos Lacerda de saias.


Nenhum comentário:

Postar um comentário